sexta-feira, 29 de março de 2024

Botuverá - Porto Franco SC - Parque das Grutas e Cavernas

Matriz São José.

Botuverá é um município catarinense localizado na Microrregião de Blumenau (12), juntamente com os municípios: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Brusque, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Luiz Alves, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio, Timbó - na Mesorregião do Vale do Itajaí, às margens do do rio Itajaí-Mirim. Está localizado em uma altitude  de 85 metros acima do nível do mar. Em 2020, de acordo com o IBGE, sua população é de 5322 habitantes e sua área territorial é de  317,86 km².




Historicamente, sua nucleação surgiu junto a nucleação de Brusque, cujo caminho de acesso possui casarões históricos pertencentes ao território de Brusque, como é o caso do casarão Dom Joaquim.
Casarão Dom Joaquim, localizado no caminho para Botuverá, localizado no território de Brusque.
O Casarão Dom Joaquim foi construído por Andreas Heinrich Hermann Hort, no caminho para Botuverá, entre os anos de 1875 e 1880. No térreo funcionava sua casa comercial e ele e sua família residiam no pavimento superior. Em um determinado período histórico foi instalado um hotel no local,
O casarão foi adquirido por outros proprietários. Desde: Guilherme Krieger, Otto Renaux, Willy Diegoli, Germano Krieger e Lodovico Merico. Apesar dos seus mais de 145 anos, sua arquitetura não foi descaracterizada, exceto, que recebeu o decorativismo em determinadas aberturas, usadas pelos “novos ricos” do início do século XX.
Atualmente o casarão faz parte do patrimônio da Igreja Adventista, que pretende restaurar, quando for possível. Foi tombado pela Prefeitura de Brusque em 2019.

Arquitetura

Casarão eclético, com elementos da arquitetura portuguesa e alemã, do período do início do século XX. Há elementos da arquitetura lusa, como as janelas do tipo guilhotinas e de elementos do neoclássico alemão (arco decorativo sobre determinadas aberturas), do início do século XX.
A volumetria sem beiral lembra a casa alemã do primeiro período, na região de Blumenau.
Aparentemente uma tipologia com estrutura autoportante, com tijolos maciços rebocados, influência da casa italiana.
O corpo principal, com planta simétrica e também elevações, recebeu um anexo posterior. A casa possui dois pavimentos e a mansarda - sótão usável através da presença das aberturas.

História resumida de Butevará

A região foi colonizada por imigrantes lombardos provenientes da província de Bérgamo e também por tiroleses da atual província de Trento, historicamente fez parte do território do Império Austro-Húngaro. Também entre os primeiros pioneiros estão os de famílias de imigrantes alemães e de famílias que migraram internamente oriundos do Médio e Alto Vale do Itajaí, como também, descendentes de migrantes portugueses.
Louça fabricada em uma fábrica da Baviera no acervo do Museu Municipal.
Tudo começou com a chegada das primeiras trinta e três famílias em 1876, materializando o povoado batizado de Porto Franco, pertencente a Brusque. Inicialmente o território pertenceu a antiga Colônia Itajaí e depois, a Colônia Príncipe Dom Pedro. Foi em seguida incorporado ao município de Brusque.
Em 14 de fevereiro de 1925, o Superintendente Municipal João Schäfer sancionou a Lei Nº 26, criando o Município de Brusque e o Distrito de Paz de Porto Franco com limites entre o Ribeirão das Águas Negras e a cabeceira do rio Itajaí-Mirim. O primeiro  juiz  foi João Merico e seus suplentes, Francisco A. Werner, José Fachini e Pedro Colzani. O escrivão foi Humberto Mazzolli e subdelegado, Adamo Bonomini. A sede foi elevada à categoria de Vila pela Lei Estadual Nº 86 de 31 de março de 1938.
Em 1945, Porto Franco foi elevado à categoria de Distrito e como primeiro Intendente Distrital foi nomeado Adão Bonomini. 
Em 07 de maio de 1962, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, através da Lei Nº 821, homologou a criação dos Municípios de Botuverá e Guabiruba e em 09 de junho de 1962, foi instalado oficialmente o Município de Botuverá, data oficial da emancipação política e administrativa do mesmo. Nesta data assumiu provisoriamente como prefeito,  Zeno Belli, até ser eleito um prefeito efetivo, o que aconteceu em 3 de outubro de 1962.
Portanto, a1° de julho de 1950, o nome da povoação era Porto Franco.
Não há fontes seguras dos primeiros nomes de imigrantes que chegaram em Porto Franco. De acordo com informações de pessoas com mais idade e descendentes diretos dos pioneiros, foi possível confirmar que entre os pioneiros vieram as famílias, Bósio, Bonomini, Pedrini, Molinari, Tirloni, Aloni, Gianesini, Betinelli, Raimondi, Rampelotti, Dognini, Morelli, Tomio, Maestri e Comandolli, num total de trinta e três famílias.
Cada família procurou um local para se estabelecer, delimitou e formou ali sua propriedade. Outras levas de imigrantes vieram posteriormente. Ocuparam outras localidades como Águas Negras, Ribeirão do Ouro, Lageado, estabelecidas no Vale do Itajaí-mirim.
Os primeiros imigrantes chegaram a Porto Franco em maio de 1876.
Uma curiosidade: com os descendentes de Bergamascos, originou a "Festa Bergamasca",  que acontece no dia em que Botuverá  foi emancipada.

Por que o nome de Porto Franco?

Os primeiros imigrantes escolheram o local para ancorar suas balsas e canoas na desembocadura do Rio Ribeirão Porto Franco, afluente do rio Itajaí-Mirim. Ao saírem para explorar e conhecer a região que tomariam posse definitiva, aconteceu um temporal com chuvas fortes que resultou em uma enchente no rio Itajaí-Mirim. Suas embarcações permaneceram no mesmo local onde estavam ancoradas, sem sofrer deslocamento com a enchente imprevista. Desde então, os imigrantes passaram a denominar o ancoradouro de “Porto Franco”, Porto Seguro, passando a ser a denominação do seu povoado e depois Distrito.

Por que Botuverá?

Botuverá é uma palavra Tupi-Guarani e significa “Bons Brilhantes”. Botuverá lembra da existência de vários minérios no Município, principalmente o ouro, que já foi um minério muito extraído, e foi uma das principais atividades econômicas do Município.

O município ficou conhecido nacionalmente pela presença de grandes cavernas em seu território. As cavernas são abertas à visitação, acompanhada de guias  e não é permitido fazer registros de imagens do interior das mesma. Estivemos no local em 4 de fevereiro de 2024. No entanto, a equipe de Rede Globo, recebeu a permissão para fazer imagens, de cujo material retiramos algumas imagens, para ilustrar nossas palavras sobre a monumentalidade desse espetáculo e obra da natureza. Fonte: Globo Repórter - de 20 de fevereiro de 2016 Caverna de Botuverá é um dos mais belos tesouros do Vale Europeu.
Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita.

Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita.

Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita.

Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita.









Localização do acesso às cavernas e ao museu do Imigrante.
De acordo com o Site da Prefeitura Municipal de Botuverá,  as principais atividades econômicas do município são a lavoura e o pastoreio, porém, "a riqueza das jazidas de minérios que existem em território, é a promessa de um futuro de excelentes perspectivas". 
E a natureza deslumbrante do local?

Dentro do municípios marcas de agressões ao meio ambiente através da extração de pedras, com pedreiras, cujo tamanho em área, se aproxima da área da centralidade do mesmo.




"Ferida" na paisagem natural - Pedreiras. Muito próximo do local das cavernas, como bem mostra a imagem do Google Earth.



"Ferida" na paisagem natural - Pedreiras. Muito próximo do local das cavernas, como bem mostra a imagem do Google Earth.




Ribeirão que possui uma cachoeira - dentro do parque das Grutas e Cavernas.
As imagens Comunicam
Caminho que liga o território de Brusque e Botuverá.
Vista parcial da centralidade de Botuverá.


Prefeitura Municipal de Botuverá.



Brasão no busto à frente da Prefeitura Municipal.






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Acesso ao Parque das Grutas e Cavernas, após passar a centralidade da cidade.





Ribeirão OR 03.






Museu do Imigrante
















Obras nas paredes do Museu do Imigrante -  pertencentes aos primeiros residentes.




Museu do Imigrante.





Um registro para a História.

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twitter)

Referências

  • Globo Repórter - Caverna de Botuverá é um dos mais belos tesouros do Vale Europeu. Data do upload: 20 de fev. de 2016. Disponível em: https://www.blogger.com/blog/post/edit/423018667053722106/2014979768285888040. Acesso em: 28 de março de 2024 - 22h57.
  • Prefeitura Municipal de Botuverá. História. Disponível em: https://www.botuvera.sc.gov.br/historia-do-municipio/    Acesso em 28 de março de 2024 - 22h.